Superficies Azulejares

Covão do Lobo

Construções em adobe
Uma casa Gandaresa

Objeto

Um erguedor, que se destinava a limpar o milho, ou o feijão das suas impurezas e sujidades depois de secos. Ainda se usa de quando em vez.

Lenda de S. Salvador do Covão do Lobo
De acordo com a lenda, certo dia, um frade, ao que diziam, a caminho de Santiago de Compostela, passou por estes lugares. Contava pernoitar em Sorães, mas para os lados de Covão do Lobo foi perseguido por um lobo. A sua sorte foi encontrar uma árvore à qual subiu sem hesitar. O lobo, faminto, é que não o deixou descer. O frade bem gritava por socorro, mas ninguém lhe acudiu. Conseguindo acomodar-se o melhor que pôde num dos ramos, lá dormitou e rezou ao Santo Salvador da sua maior devoção, que lhe acudisse. Ao despontar da aurora, despertou com os latidos de cães que se aproximavam. Foi a sua salvação, pois os cães, açulados pelo dono, lá conseguiram afugentar o lobo, que se escapou por uma ravina ou covão, nas margens escarpadas de um rio que por aí corria. O caçador protegeu o frade, pedindo-lhe que ficasse por ali e construísse uma ermida. O frade assim fez, pondo como orago da capela o seu protector S. Salvador. Atendendo ao Covão onde o lobo se meteu, chamou-lhe então S. Salvador do Covão do Lobo.

Data Relevante 
28 de janeiro de 2013 – foi quando o Covão do Lobo deixou de ser a comandante da freguesia e passou a pertencer a uma freguesia com a Fonte de Angeão.

Pessoa singular

Ti’ Toino Requinta, o meu bisavô, que era conhecido por todos da sua terra (mesmo depois de morto).

Ele foi um homem muito importante na sua terra, pois continha grande parte da área da sua aldeia, e foi um dos fundadores da banda da sua terra,  uma banda reconhecida nacionalmente; para além de tudo isto ele foi a primeira pessoa a ter camião no seu concelho de Cantanhede. 

Um Artesão

Modesto de Jesus da Conceição, o meu avô, que antes de reformado era carpinteiro, fazia móveis muito detalhados.

BMC 8E


 


Construções em Adobe





História resumida do Covão do Lobo

A Origem do nome

De acordo com a lenda, certo dia, um frade, ao que diziam, a Caminho de Santiago de Compostela, passou por estes lugares.

Contava pernoitar em Sorães, mas para os lados de Covão do Lobo foi perseguido por um lobo. A sua sorte foi encontrar uma árvore à qual subiu sem hesitar. O lobo, faminto, é que não o deixou descer. O frade bem gritava por socorro, mas ninguém lhe acudiu. 

Conseguindo acomodar- se o melhor que pôde num dos ramos, lá dormitou e rezou ao Santo Salvador da sua maior devoção, que lhe acudisse.

Ao despontar da aurora, despertou com os latidos de cães que se aproximavam. Foi a sua salvação, pois os cães, açulados pelo dono, lá conseguiram afugentar o lobo, que se escapou por uma ravina ou covão, nas margens escarpadas de um rio que por aí corria.

O caçador protegeu o frade, pedindo- lhe que ficasse por ali e construísse uma ermida.

O frade assim fez, pondo como orago da capela o seu protetor S. Salvador. Atendendo ao Covão onde o lobo se meteu, chamou- lhe então São Salvador do Covão do Lobo. 

Desenvolvimento como freguesia

O Covão do lobo, cujo o nome primitivo era São Salvador do Covão do Lobo ou Salvador do Mundo do Covão do Lobo.

Como consta noutros documentos, nasceu muito antes de 1663, encravada entre as mais antigas freguesias de Febres, Covões, Sosa, Vagos e Mira.

Já foi uma das maiores freguesias do concelho de Vagos, constituída pelos lugares da Igreja Velha, Chousa, Lugar Rua da Capela, Fonte do Rei, Casta, Moita, Cabeços, Moitinha, Juncal, Fonte do Grou, Carvalho, Parada de Cima, Carvalhal, Fonte de Angeão, Gândara, Rines, Andal, Estrada, Sorens, Fonte da Costa, Grou, Pardeiros, Santa Catarina, Canas, Mesas e Vale.

Ao longo dos tempos sofrendo sucessivos cerceamentos: em 1965 deu-se o desmembramento de Fonte de Angeão, com os lugares de parada de cima, Carvalhal, Fonte de Angeão, Gandara e Rines; em 1985 o da freguesia de Santa Catarina com os lugares de Andal, Estrada, Soraens, Fonte da Costa, Fonte do Grou, Condes, Pardeiros, Santa Catarina, Canas e Mesas, assim que o vale anexado à Ponte de Vagos.

A 31 de Dezembro de 1853 é novamente incorporado em Mira, até 6 de Abril de 1853, data em que passa de definitivo para o concelho de Vagos.

A união de freguesias foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das  antigas freguesias de Fonte de Angeão e Covão do Lobo. 

Objetos

Máquina de sulfatar
Padiola para carregar os molhos de couve na semeadura.


Uma Lenda

Origem do apelido Broa Negra

 Dedicados essencialmente à atividade agrícola em terrenos arenosos e pouco férteis, os habitantes do Covão do Lobo entregaram-se, em busca da sobrevivência, à apanha de moliço na Ria de Aveiro, ao comércio e à indústria do pez. Mas terá sido esta última atividade que lhe granjeou a fama de “ Terra da Broa Negra”, pois era do forno do breu que nascia o meio de sustento de homens, mulheres e crianças.

O breu não parece ser mais que produto extraído da resina  e que era utilizado em tarefas tão diversas como a calafetagem dos barcos e a envolvência de redes de pesca na tentativa de evitar a deterioração do sisal, material de que estas eram feitas. Mas para aqueles que passavam horas sofridas na odisseia da sua produção, o breu é muito mais que isso. Expressões que remanescem na memória da linguagem popular como “noites de breu”, “escuro como breu” ou “ almas mais pretas que breu”, um significado bem mais profundo e intenso que aquele que nos é possível abarcar pelos sentidos.  

Na verdade, se preto era o breu por ser essa a cor que resultava da sua produção, com mais verdade preto era o breu pelas horas de trabalho cruel que exigia, pelo choro dos filhos com fome que cortava o ar enquanto os pais eram detidos por terem recolhido uns “cepos resinosos que iam aparecendo pelo caminho, que sabíamos que tinham dono, mas que éramos obrigados a esquecer por necessidade de sobrevivência “. 

 A técnica apurava- se pelo modo como se colocava a madeira e à quantidade de resina que ela  continha, e o breu resultava desse líquido (resina), já de cor alterada pela combustão e múltiplas impurezas, que não ardia e escorria por cavacos até um recipiente alojado no fundo do forno. 

Testemunha silenciosa destas vivências é o único forno do breu restante nesta freguesia, feito como os demais que o tempo e o esquecimento se encarregaram de fazer desaparecer, de cacos e barro, barro este utilizado para tapar o seu topo antes de se permitir que o calor das chamas começasse a queimar a madeira. 

 (retirado de algum lugar que se saberá posteriormente a 23 de Maio de 2020)


Pessoa Singular

O Primeiro Pároco

 

O Primeiro Pároco e também o Presidente da Junta, de que há notícia, foi o Vigário António da Costa Pedrosa, natural de Cortegaça, que a partir de 1856 iniciou a mudança da igreja Paroquial do lugar da igreja velha para a rua da igreja, onde já existia a Capela da atual igreja Paroquial, em lugar elevado, tendo um pequeno sino.

Ligada esta capela existiu a Confraria do Santíssimo, possuidora de largos bens e rendimentos, sendo extinta em 1958 e os seus haveres passaram para a Junta da Paróquia. A mudança da Igreja Paroquial deu- se em virtude de o Pároco pretender comprar um terreno para construir a sua residência em igreja velha, e não o tendo conseguido, acabou por construí- la num areal que comprou em Fonte do Rei, a Ponte da Fonte.

E como a Rua  da Igreja lhe ficasse mais perto fez, para aí, a mudança da igreja Paroquial. 

 (retirado de algum lugar que se saberá posteriormente a 23 de Maio de 2020)


Um Escritor
Frankelim Amaral

Frankelim Amaral nasceu em Covão do Lobo, no distrito de Aveiro.

A escrita tem sido uma companhia constante no seu dia a dia.

No objetivo de preservar a cultura portuguesa é co-fundador da associação Artes e Letras.

Diretor de redação da revista Portugal Magazine.

Cronista regular para vários meios de imprensa, tem participado em diversas antologias.

Membro da CPLP, Circulo dos Poetas Lusófonos de Paris e da SALF, Sociedade dos Autores Lusófonos de França.

Membro da Academia de Letras e Artes de Paranapuã com Medalha de Mérito cultural.

Alguns dos seus livros

Informação do autor  retirada daqui: https://www.wook.pt/autor/frankelim-amaral/4510957

CCR 9B

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