Uma construção de adobe
Os Moinhos de Vento
Estes moinhos de vento, já não estão em uso, mas antigamente eram usados para moer os cereais, para fazer farinhas para o pão e a broa.
Como
hoje em dia já existem máquinas, os moinhos deixaram de se usar. Servem agora como património turístico.
Um objeto
A fonte de água
A
fonte de Santo André é usada para principalmente ir buscar água. Mas antigamente, usava-se todos os dias para lavar a roupa. Ainda se vêm de vez em quando
algumas pessoas a lavar a roupa, mas claramente, não tanto como em outros tempos.
Uma lenda
O pai do meu avô e o meu avô dizem que um senhor que já faleceu, vizinho deles naquela altura, era um lobisomem. Já se dizia antes dele, que o pai deste senhor também o era.
Dizem que se ouvia algumas noites uivos de lobo, mas obviamente aqui não há lobos e as portas da casa dele estavam todas arranhadas. E há pessoas que chegaram a entrar na casa dele, e viram a porta da sala toda arranhada. Tinha uma sala fechada com umas argolas agarradas à parede, onde estavam penduradas trelas enormes, muito grossas, o que dava a pensar que era a maneira de ele se “agarrar”.
O meu bisavô e outros senhores do povo diziam que o viram uma vez à noite, a sair da casa dele, daí que muitas das pessoas mais velhinhas daqui de Santo André sabem da história e dizem que o filho deste senhor também seria lobisomem.
Eles sempre foram uma família de poucas falas, o
menino não saia e não brincava com mais ninguém. Depois o senhor faleceu, e
ficou só a mãe com o miúdo. Depois a mãe morreu e ele decidiu mudar-se e poucas
pessoas sabem do seu paradeiro. Neste momento ninguém sabe nada do filho, só que
não está no país.
Uma data relevante
30 de Novembro é uma
data relevante, porque é o dia de Santo André, o dia do Apóstolo. O dia em que
fazem a festa. Santo André era um padroeiro apóstolo, pescador, amigo de
S.Pedro e dos outros apóstolos. Ele ajudava as pessoas do povo, era boa pessoa, caridoso e
toda a gente gostava dele.
Uma pessoa singular
O meu avô, Manuel de Castro, conhecido por toda a gente da localidade e de povos vizinhos, era conhecido em criança por ser traquino: ia roubar as tangerinas, laranjas, figos aos vizinhos, entre outras brincadeiras.
Quando
jovem andava à porrada, empunha respeito a quem o queria rebaixar. Aos 13 anos
empreendeu uma viagem a Lisboa, para trabalhar e ajudar a sustentar a sua família, mas como era preciso trabalhar nas terras voltou para Santo André de
Vagos. Durante a ditadura, ele e o seu grande amigo Manuel Manha, fizeram uma
viagem à socapa das forças policiais com destino à França. Longos dias e longas
noites, fizesse sol ou chuva, escondidos no meio dos terrenos para não serem
vistos pela PIDE, e finalmente chegaram à França.
Passado
pouco tempo, o Castro, como desde então ficou conhecido, começou a trabalhar
nas linhas ferroviárias. Em poucos anos passou de construir as linhas, a
liderar equipas, inclusive, a verificar e medir cada plano para cada via ferroviária,
fosse esta dentro de território francês ou nos países vizinhos, nas fronteiras.
Durante alguns anos, foi o primeiro responsável de todos os gerentes da sucursal
francesa, deixando a sua marca em amigos franceses e árabes.
Finalmente, aos quarenta e poucos anos voltou para Portugal, abrindo a sua própria oficina de mármores e outros materiais de construção. Foi sobretudo aqui que se tornou uma pessoa bastante conhecida, por lidar com bastantes pessoas, o que o fez candidatar-se para a presidência da Junta de Freguesia da sua terra natal.
Ganhou as
eleições por dois mandatos. A partir disto ficou conhecido pelos mais velhos
e os mais jovens como uma pessoa rigorosa, justa e generosa quando a situação
merecia. Foi importante pois ajudou ao crescimento e bem-estar da freguesia, assim
como nunca negou uma mão amiga a quem precisa. Este é o meu avô no seu casamento.
Um Artista
Amílcar Raimundo, é o presidente atual da Junta de Freguesia, ele faz trabalhos personalizados em pedra.
VP 9C
O território desta
freguesia parece ter sido povoado desde tempos muito remotos. É possível que
por aqui tenham passado Gregos e Fenícios, estes por volta do século IX A. C.
e, junto ao rio Boco, no lugar de S. Romão, terá mesmo existido um porto muito
frequentado por esse mesmo povo.
Ervedal pertence a Santo André de Vagos
Uma construção em adobe
Moinhos de São Romão
Os moínhos de S. Romão,
resistindo aos avanços do tempo, ainda podem mostrar como antigamente se moía o
milho ou o trigo e se transformava em farinha. A obra quase restaurada aí está
pronta a mostrar aos nossos jovens e gerações vindouras a vida por vezes difícil
dos nossos antepassados e a sua ação extraordinária na sobrevivência e sustento
dos povos. A zona envolvente dos moinhos, pela sua característica (Barros de S.
Romão), única na região, a calçada à portuguesa já colocada que dá ao recinto
muita dignidade e grande beleza, as mós e outras engrenagens, tudo se conjuga e
enquadra na antiguidade do património municipal histórico e cultural a
preservar.
Um objeto
Engenho (fora do poço) que servia para tirar água para as terras agrícolas.
Quem dava a força motriz para a roda com as engrenagens girar, era os bois.
Lenda do são São
Romãozinho
São Romão, além de ser o nome da vila é também o nome do Santo venerado na capelinha do lugar, um santo com grande fama. A ele recorria, noutros tempos, muita gente, apelando à sua proteção quando era mordida por cães raivosos. A mordedura era de tal ordem grave que, em pouco tempo, levava as pessoas à morte.
Em hora de aflição,
recorria-se ao “S. Romãozinho”, até como forma de prevenção. Assim, no primeiro
Domingo de Agosto, cumpria-se a tradição, ou seja, gente de toda a parte
deslocava-se a S. Romão para cumprir as suas promessas. Mais tarde, com a
descoberta da vacina contra a raiva, o povo sossegou.
Matança do Porco
O dia era sempre de
festa e de azáfama sempre que havia matança do porco. Cada lavrador marcava o
dia para a matança, convidava o matador, os familiares e amigos para ajudar,
logo a partir do amanhecer. O porco era “chamuscado” com a caruma de pinheiro em
chama para lhe queimar o pêlo, começando a tarefa de lhe raspar a pele com a
telha de barro de canudo (meia cana), sal, facas e outros objetos. Depois de bem
queimado, retirados os cascos das patas e cortadas as orelhas, seguiu-se a
lavagem da pele, até adquirir uma tonalidade acastanhada. Os ajudantes da
matança começavam a desmanchar a carcaça do porco … uma operação que requer
muita experiência, para não desperdiçar nenhum pedaço. Há que separar cada
parte do porco segundo a finalidade tradicional: os presuntos, as costeletas,
os lombos, os lombinhos e o “toucinho para as favas”, assim como a seleção da
carne destinada aos enchidos, tarefa em que se empenha “toda a família
associativa” e mesmo os curiosos convidados para a matança.
Entretanto, na cozinha
era a azáfama da “matança”, além dos preparativos do almoço.
Esta prática - matar o
porco de forma tradicional, para a alimentação familiar - vai muito mais além
do simples ato de matar um animal para consumo caseiro, uma vez que à volta
deste acontecimento, a família e amigos reuniam-se num espírito de entreajuda e
de festa. A matança de um porco, significa sempre o sentar à volta da mesa, num
puro convívio social.
Santo André passou a freguesia a 4 de outubro de 1985.
Pessoa singular
Eddy Francisco
Apaixonado pela humanidade escreveu a obrar Amar ou Morrer - (R)evolução em Palavras de Almofada.
É locutor do programa de
rádio: "O mundo nas tuas mãos".
Enfermeiro e estudante de medicina na Faculdade de Medicina em Lisboa.
Um Artesão
Amílcar Raimundo faz gravação de pedra de xisto.
Uma construção em adobe
Moinhos de São Romão
Moínho onde se fragmenta o grão de trigo, milho ou outros cereais, utilizando o vento.
Um objeto
Lenda de São Romão
São Romão era um santo com grande fama, vinha
muita gente ter com ele para a proteção das mordeduras dos cães raivosos.
Assim no primeiro dia de agosto, juntavam-se a São
Romão para cumprir promessas, até ao dia que apareceu a vacina contra a raiva.
Um Artesão
Amílcar Ferreira, um artista polifacetado.
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